GRAND BAT FINALE!!

Eis que fui ao cinema ano passado, após pegar um eixão Terra-Marte (uma nave espacial fedida, suja, lotada de ETs de péssimo gosto musical com seus dispositivos celulares de decibéis escandalosos, pequenos alienzinhos berrando até perder o fôlego e suas respectivas genitoras se fazendo de surdas enquanto fofocavam a vida do planeta alheio com gargalhadas nada discretas) para uma boa causa. Ou melhor... ÓTIMA causa! O nome dela... (Batman 3) Batman- O Cavaleiro das Trevas Ressurge!

Tudo bem, vou babar ovo no Nolan, mas é inegável que este cidadão conseguiu elevar o morcegão a um patamar de QUASE unanimidade entre os leitores e apreciadores desta simbiose perfeita chamada HQ-Cinema (mesmo assim, Batman nunca foi e nunca será meu super-herói favorito)! Geralmente, filmes de HQs são vinculados a adjetivos do tipo: “infantil, bobinho, meia-boca, só pra vender pipoca mesmo...”, e por aí vai. Mas desde o Begins (2005), que Christopher Nolan conseguiu alterar este conceito, provando que super-heróis fantasiados podem sim, render estórias sem aquele clima animadinho e coloridinho, mas sério, com trama envolvente, complexa, audaciosa e adulta. Apesar de que, nesta terceira aventura a frente do Sr. Wayne, Nolan demonstrou alguns errinhos (NINGUÉM É PERFEITO, FATO!), mas mesmo assim...

É bom esse Nolan, hein, ô Batista!

POR UM LADO...	PELO OUTRO...
Não alcançou o fascínio de O Cavaleiro Das Trevas (2008), uma missão, digamos, meio que IMPOSSÍVEL, né? Os vilões Bane, Talia Al Ghul, e a (Mulher Gato) Selina Kyle são competentíssimos, mas não tem o carisma do Coringa. Porém, saíram-se melhores que o Harvey Dent.	Acredito que está pau-a-pau com o Batman Begins (2005), nem melhor e nem pior, estão numa perfeita sincronia, enquanto um trouxe e apresentou o Morcego para o público, o outro veio e recolheu de volta. Ambos em GRANDE estilo! Memoráveis!

SEM MAIS DELONGAS:

OS FATOS:

-A trama mantém o padrão sombrio e realista de Nolan, com uma Gotham City experimentando oito anos (ou sete, não lembro) de jejum de caos, até Bane chegar e reestabelecer a tradicional rotina aterrorizante da cidade. Bruce Wayne então, recluso este tempo todo em sua “bat-mansão”, com barba de Maomé e um joelho contundido devido a anos de bat-peripécias, é obrigado a voltar à ativa, mesmo todo enferrujado. Em suma, ALEGRIA DE PLAYBOY BILIONÁRIO DURA POUCO TAMBÉM!!!

-O filme contém muitos personagens, muitos, desde os principais aos coadjuvantes, mas consegue equilibrar todos, e o roteiro anexa todo mundo na teia de acontecimentos de modo convincente e sólido, ficando nenhum personagem sem utilidade na trama, e suas participações não ficam “forçadas”. Em suma, NÃO HÁ ESPAÇO PARA INÚTEIS EM GOTHAM!!!

-O vilão Bane é muito bem trabalhado, (Esqueça aquela criatura ridícula e boçal daquele carro alegórico chamado Batman & Robin de1997), e é (na verdade não) o grande pilar da trama, pois com um peculiar e muito legal tom de voz, consegue ser brutamonte, descomunalmente forte, e ao mesmo tempo, inteligente e estratégico. Em suma, O CARA TE QUEBRA EM ARGUMENTOS, E SE VOCÊ APELAR, AINDA TE COME NA PORRADA!

Esta sua resenha atrasadíssima não lhe dá poder sobre mim!!!

-Selina Kyle ficou dentro do que se esperava, uma ladra de joias de conduta ética dúbia (mais do mal que do bem), seduz Bruce com imensa facilidade, mas acaba decidindo ajudá-lo por ter uma "quedinha" por ele. Já Talia Al Ghul, poderia ter sido mais explorada, e ter mais tempo de tela. (leia a seção Mandou Mal deste mesmo bat-post) Nota: Sempre achei que Anne Hathaway ficaria um milhão de vezes melhor como Lois Lane, mas isso é outra história.

Vendo por este lado, mudei de ideia

MANDOU BEM     

-Tom Hardy, YEAH! O Bane interpretado por ele não está no patamar de 'Joker Ledger', mas é até injusta a comparação, uma vez que são vilões diferentes, com propostas diferentes, e Bane cumpriu MUITO BEM sua proposta de quebrar espíritos e corpos no filme.

-As duas cenas de luta envolvendo Batman e Bane. São muito bem coreografadas, e detona muita luta de MMA por aí. Na 1ª luta, a trilha sonora foi desligada, dando um maior impacto dramático à cena.

-Joseph Gordon Levitt, o John (Robin) Blake, matou a pau, e em certos momentos do filme, parecia ser ele o herói principal. E o cara era só um ex-menino de orfanato que virou policial. Nota: No início das filmagens, muitos acharam que ele pintaria o cabelo de verde e vestiria um terninho roxo.

Não! Ele não apareceu assim no filme, relaxa!

-A trama, como um todo, pois soube relembrar fatos e aplicar flashbacks dos dois primeiros filmes da franquia de maneira que conseguimos olhar a trilogia do Morcegão como um conjunto muito bem construído, de início, meio e fim justapostos.

-Christopher Nolan (ó ele de novo!), reinterpretou alguns mitos e fatos do bat-universo, mais uma vez à sua maneira, porém “presas” ao seu pseudorrealismo, entregando várias homenagens sutis aos fãs. Por exemplo, em um diálogo entre Blake e Wayne, há uma parte que diz “jacarés gigantes em esgotos”, seria uma alusão ao Killer Croc? Também em um momento que Bruce investiga a ladra Selina Kyle, há um comentário entre ele e Alfred do tipo “Ela é sorrateira como uma gata!”, lembrando que Selina em NENHUM momento do filme é chamada pelo seu famoso codinome.

Killer Croc

MANDOU MAL    

-No momento clímax do filme, Gotham está totalmente sitiada e isolada, ninguém entra nem sai. Até a Guarda Costeira estadunidense foi acionada, todas as pontes que ligam a cidade foram destruídas por Bane e seu bando, e então, Bruce Wayne reaparece na cidade, sendo que ele estava preso e gravemente ferido numa prisão imunda lá no Uzbequistão, sem nenhum de seus arsenais tecnológicos. NENHUM!!! Como ele conseguiu ingressar o espaço aéreo ou marítimo de Gotham, que estavam hipervigiados, sem suas bat-tranqueiras??? Nolan furou o roteiro nessa!

Eu tinha que voltar de alguma maneira, né?! Senão não teria o filme o desfecho épico  que ele teve

-Miranda Tate (Marion Cottilard), de início, parecia que seria alento romântico básico do filme, mas no desenrolar da estória, ela se revela a megera TALIA AL GHUL, filha do vilão do 1° filme, a grande e verdadeira mentora de toda a zona que assolou a cidade do Batman, mas tem tão pouco tempo para exercer sua vilania, que.......... Num ficou legal! É isso, não ficou legal, deviam ter dado mais tempo de vilania. É isso! Mais vilania!

-As constantes explosões usadas por Bane e seus capangas ao longo de todo o filme, assim como as que foram usadas pelo Coringa no 2º. É tanta bomba e granada, que os vilões de Nolan, apesar de ameaçadores, ficam MUITO PREVISÍVEIS, pois já se sabe que vão usar algum alvo para explodir e chamar a atenção (um prédio, uma ponte, um metrô). Seja como for, sempre tem uma bomba na jogada e um detonador principal supostamente na mão de algum anônimo desconhecido, mas que depois se revela estar na mão do vilão mor. Não precisávamos deste repeteco.

BUM!!!

PARECER FINAL:

Nível	Desempenho	Comentário
5	Excelente	Vale cada centavo do ingresso!
4	Ótimo	Acima da média, matou a pau!
3	Bom	Descompromissado, mas é diversão garantida!
2	Regular	Frustrante, era de se esperar mais!
1	Ruim	Por favor, poupe seu dinheiro!

Tananananananananananana, Astronauta de Marte, desligo <thzzz>

PS: o post é curto porque é um filme do ano passado, já visto por um bilhão de terráqueos e um marciano.